


Quando o exercício de tirar fotos de três belos foi proposto, me veio à cabeça a pergunta do que seria belo para mim. Depois de algum tempo pensando, cheguei à conclusão de que além de ser simplesmente um edifício bonito ou uma paisagem iluminada a fotografia tinha que ter um significado. Esse foi o conceito que eu usei nessa primeira coleção que leva o nome de " Um Belo Carregado de Sentimentos".
A primeira imagem retrata a Igreja Matriz da minha cidade, São Domingos do Prata. A foto foi tirada de uma pequena “arena” localizada ao lado da Matriz, onde eu e meus amigos nos reunimos para conversar e dar boas risadas, e é justamente a imagem da Igreja que nós temos durante esses encontros. Além disso, fatos importantes como casamentos e batismos de familiares foram realizados lá. Então desde pequena frequento o local e guardo inúmeras lembranças.
A segunda foto também foi tirada no centro da minha cidade, ela está retratando o coreto da praça principal. Apesar de não ter uma relação direta com o objeto retratado na fotografia, ele faz parte do meu meio de convivência, sempre chamou minha atenção, isso faz com que ainda sim, ele possua algum tipo de significado. Particularmente, acho que ele deixa a praça típica de cidade do interior mais simpática e elegante.
A terceira foto retrata uma parte de um rio que leva à uma pequena cachoeira. É um lugar que tenho frequentado nos últimos tempos. O local, além de bonito, transmite uma certa tranquilidade devido ao contato direto com a natureza.
Em Busca do Belo
As fotografias tiradas posteriormente à leitura dos texto propostos pela professora representam objetos importantes, que dizem muito sobre mim e que fazem parte do meu cotidiano. Anteriormente, fiz fotos imaginando sempre algo que tivesse significado, mas busquei aquilo que estava distante (no sentido de espaço entre eu e o objeto). Como mencionado por Euler Sandeville Júnior, autor do texto Paisagem, eu me sentia “fora do objeto contemplado”, apesar da história que eu tinha com os mesmos. Agora eu não me sinto mais "fora do objeto", me sinto com ele. À essa coleção dei o nome de "Acompanhantes do dia-a-dia.
O celular é uma forma de retratar a comunicação com amigos e familiares que estão distantes e o fone representa a música que se faz presente no meu dia-a-dia e que é capaz de transmitir vários sentimentos. Ao editar a fotografia procurei focar o centro da imagem onde se encontra o objeto, por isso, deixei as laterais mais escuras.
Alguns objetos usados no curso de Arquitetura e Urbanismo foram fotografados para expressar a empolgação e satisfação que estou sentindo em mais uma etapa que se inicia na minha vida. O efeito da foto busca dar destaque às cores sem deixa-las carregadas e vibrantes demais.
Na última imagem fotografei livros, porque acredito que eles são essenciais na vida das pessoas, são uma espécie de fonte inesgotável de conhecimento. Valorizo muito a leitura e com ela aprendo bastante. Todos deveriam ter uma relação mais próxima dessa fonte, pois como diria Monteiro Lobato, “um país se faz com homens e livros”. O filtro usado nessa fotografia busca dar ênfase às páginas já um pouco envelhecidas do livro em destaque.
Concluindo, o belo está nos sentimentos, nas histórias e no olhar que temos em cada instante. Por isso, buscar algo belo é um processo contínuo e interminável.
Notas: *As três últimas fotos foram inspiradas no trabalho de Jason Travis, artista que fotografa objetos que as pessoas levam em bolsas e mochilas usadas no cotidiano. Através disso, ele consegue mostrar que "a gente não carrega apenas objetos na bolsa. Carrega um pouquinho da nossa personalidade" (Facebook, Roxy Brasil).
*Todas as seis fotos foram tiradas através de uma câmera de celular. Nas que poderiam ser editas, no caso as últimas três, foram usados filtros e efeitos do próprio aparelho, além disso, a matiz/saturação foram alteradas através do Photoshop.


