Ao visitar a obra, Desvio para o Vermelho, nos deparamos primeiramente com o ambiente Impregnação, uma sala repleta de objetos vermelhos, todos organizados de forma simétrica. No primeiro lance de vista parece ser apenas uma coleção exaustiva de objetos monocromáticos, mas ao caminhar pelos ambientes seguintes, Entorno e Desvio, podemos chegar a conclusão de que a obra possui uma sequência de ideias. 

Ao entrar na sala, parece que estamos em um ambiente super organizado, apesar de improvável. O lugar parecia garregado de coisas boas, como o amor e a energia, mas ao mesmo tempo lembrava um ambiente com sangue e violência.

No segundo ambiente, Entorno, nos deparamos com uma garrafa caída no chão  entornando um líquido também vermelho, isso cria uma enorme mancha no chão. Passando por esse lugar começamos a relacionar o primeiro e o segundo ambiente, a pensar em possíveis acontecimentos e a elaborar na nossa mente possíveis explicações.

Ao caminhar mais um pouco, chegamos a um ambiente muito escuro, Desvio, onde só uma pia inclinada recebia iluminação, ao aproximar do local, percebemos que a pia possui manchas vermelhas e que a água que cai nela também tem a mesma cor. Saí do local com a sensação de que  toda a obra estava impregnada de sangue e de que queria representar algum acontecimento trágico, já que, ele foi elaborada na época da Ditadura Militar.

Ao visitar a obra passei a ter uma nova visão sobre a arte contemporânea, sabia apenas que nesse tipo de arte, o artista tinha mais liberdade para se expressar, não era limitado como no Modernismo. Mas, depois de conhecer a obra Desvio para o Vermelho e parte de Inhotim percebi que os artistas conseguem transmitir mensagens, sentimentos e críticas utilizando, conceitos e materiais por vezes complexos e  metafóricos ou impressionantes e inimagináveis.